Foto: Praça Cel Fco Torquato sendo construida e ao fundo o Grupo Escolar Torquato de Almeida 1921.
A EDUCAÇÃO EM PARÁ DE MINAS NA PRIMEIRA METADE DO SÉCULO XIX
Segundo o Dr. Theophilo de Almeida, o primeiro professor de Pará de Minas foi Joaquim da Rocha Ribeiro, nomeado na cidade de Ouro Preto em 27 de julho de 1830, pelo então presidente da Província de Minas Gerais José Manuel de Almeida, numa época em que “o Pará” ainda era “Arraial de Patafufo”. O emprego era de professor de Primeiras Letras, e o ordenado de 200$000 (duzentos mil réis) anuais pagos pela Fazenda Pública.
Naquela época, o Brasil encontrava-se mergulhado na crise econômico-financeira que levaria à renúncia do Imperador D. Pedro l na madrugada de 7 de abril de 1831. Com relação à Educação, vigorava a primeira Lei Geral sobre o Ensino Elementar no Brasil, decretada por D. Pedro l em 15 de outubro de 1827. Por essa lei, foi determinada a criação de escolas de Primeiras Letras (hoje, ensino fundamental) em todas as cidades, vilas, arraiais e lugares mais populosos do Império. Em Pará de Minas, como já dito, isso só veio a acontecer em 1830, tendo Joaquim da Rocha Ribeiro aqui tomado posse como professor de Primeiras Letras no dia 22 de outubro daquele ano.
Nessas escolas ensinava-se a leitura, a escrita, as quatro operações de cálculo e noções gerais de geometria prática. Isso, para os meninos. Para as meninas, ensinava-se a leitura, a escrita e as quatro operações, mas no lugar das noções gerais de geometria prática, ensinava-se as prendas que serviam à economia doméstica (costurar, bordar, cozinhar, etc.), o que era perfeitamente normal numa sociedade em que a mulher não tinha nem direito de voto. Mas as escolas de Primeiras Letras para meninas, segundo o artigo 11 da Lei de 1827, só seriam criadas “nas cidades e vilas mais populosas, em que os Presidentes em Conselho julgarem necessário este estabelecimento”. Não era o caso do arraial de Patafufo em 1830, que teve seu primeiro professor nomeado para ensinar unicamente aos meninos.
Além das matérias acima relacionadas, os pequenos patafufos receberiam, segundo o artigo 6 da Lei Geral, “os princípios de moral cristã e da doutrina da religião católica e apostólica romana, proporcionados à compreensão dos meninos”. Como se vê, tratava-se de um sistema educacional “machista” que, segundo a historiadora da Educação, Maria Lúcia de Arruda Aranha, em seu livro “História da Educação”, não chegava nem a ser um sistema nacional de ensino, pois foram ofertadas pouquíssimas escolas, nas quais se oferecia apenas a instrução elementar. Com relação aos professores, pelo menos nos primeiros 10 anos de vigor da Lei, a qualidade do ensino pode ser questionada, pois a primeira escola para formação de professores no Brasil só foi criada em 1835, em Niterói. A autora ressalta, ademais, o caráter elitista e aristocrático da Educação Brasileira nesse período, o que, acreditamos, serve também para a nossa região.
Texto originalmente publicado pelo Grupo Mesopotâmia Mineira na coluna Resgate Histórico no Jornal Diário – Pará de Minas de 24 de maio de 2004.
No ano desta publicação o Grupo Mesopotâmia Mineira era formado por: Alaércio Delfino, Alfredo Couto, Ana Maria Campos Varela, Damary de Carvalho, Eliana Medina, Flávio Marcus Silva, Geraldo Fernandes Fonte Boa, Geraldo Rodrigues, Hernany Lisardo, Marisa Alves e Washington Moreira.
We must explain to you how all seds this mistakens idea off denouncing pleasures and praising pain was born and I will give you a completed accounts off the system and
Get Consultation